Em diversos ambientes industriais, ainda ocorre certa confusão quanto às responsabilidades do analista de manutenção e do profissional responsável pelo planejamento. Apesar de estarem inseridos no mesmo setor e trocarem dados com frequência, analista e planejador de manutenção exercem funções diferentes. Confundir essas atribuições pode afetar negativamente a gestão e o desempenho dos equipamentos.
Para manter a eficiência da estrutura de manutenção e evitar acúmulo indevido de funções, é essencial conhecer com clareza as atribuições de cada cargo e entender como cada profissional contribui de forma estratégica para os resultados da empresa.
A NBR 5462 e o conceito de RCM
A NBR 5462, que trata da terminologia em manutenção, e os princípios da RCM (Manutenção Centrada na Confiabilidade) ajudam a organizar as responsabilidades de cada função. Ela orienta a separação entre as atividades de análise e as de planejamento e controle, estruturando um modelo mais eficiente e confiável de atuação.
Função do Analista de Manutenção
O analista de manutenção concentra suas atividades na aplicação prática das estratégias e na interpretação técnica das informações geradas pelas operações. É ele quem interpreta falhas, elabora relatórios técnicos, calcula indicadores como MTTR, MTBF, OEE e sugere melhorias com base no comportamento dos ativos.
Sua atuação é mais investigativa e voltada à inteligência da manutenção, fornecendo subsídios para decisões estratégicas, mas sem assumir a programação das tarefas. Além disso, esse profissional também pode colaborar na criação de padrões de manutenção, no desenvolvimento de instruções técnicas e na análise da performance dos ativos.
Atribuições do Planejador de Manutenção (PCM)
O planejador de manutenção é encarregado de transformar diagnósticos e dados técnicos em estratégias bem estruturadas e viáveis para execução no campo. Assim, cabe a ele programar atividades preventivas, corretivas e preditivas, organizar ordens de serviço, emitir cronogramas, alocar equipes e materiais, coordenar contratos externos e controlar os prazos.
Essa função faz parte do PCM–Planejamento e Controle da Manutenção, sendo essencial para o bom funcionamento do setor. Sem um PCM atuante, mesmo os melhores dados levantados pelo analista podem acabar sem aplicação concreta.
Riscos de misturar as funções
Colocar essas duas responsabilidades em uma mesma pessoa é um erro comum, especialmente em estruturas enxutas. Mas a sobreposição compromete a produtividade e reduz a profundidade da análise técnica, além de causar atrasos nas execuções por falha de planejamento.
Cada papel tem sua especialidade: o analista entende os dados; o planejador transforma esses dados em ação.
Considerações finais
A sinergia entre o analista e o planejador é o que garante uma manutenção mais inteligente, ágil e eficaz. Respeitar a divisão entre tática e operacional permite que a manutenção industrial evolua, otimizando recursos, aumentando a disponibilidade dos ativos e melhorando a tomada de decisão técnica.
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