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Sucata: como lucrar com as sobras de materiais

Em muitas empresas industriais, materiais metálicos descartados após processos de fabricação, manutenção ou desmontagens são tratados somente como resíduo sem valor. No entanto, essa sucata pode representar uma fonte alternativa de receita, desde que seja corretamente identificada, armazenada, classificada e comercializada.

Neste artigo, você entenderá como implementar uma gestão eficiente da sucata metálica e gerar retorno financeiro com responsabilidade ambiental e aderência às normas.

O que é sucata metálica e de onde ela vem?

Sucata metálica é o nome dado aos materiais compostos por metais que já não desempenham sua função original, mas que ainda mantêm valor econômico devido às suas propriedades físicas e ao potencial de reciclagem. Os processos de usinagem, por exemplo, que geram cavacos de aço, alumínio ou latão; na substituição de peças durante manutenções, incluindo engrenagens, flanges e eixos danificados; nas sobras provenientes do corte de chapas e perfis metálicos. Da mesma forma, nas atividades de demolição de estruturas ou desmontagens técnicas. E no descarte de ferramentas e componentes que se tornaram obsoletos. Reconhecer corretamente esses materiais é essencial para convertê-los em ativos financeiros e otimizar os recursos disponíveis na empresa.

Classificação e armazenamento: etapas fundamentais

Para que a sucata possa ser comercializada com valor agregado, é necessário separá-la por tipo de material: ferrosos (aço carbono, aço inox, ferro fundido) e não ferrosos (alumínio, cobre, latão, zinco). Além disso, materiais contaminados com graxa, óleo ou resíduos químicos devem ser higienizados ou separados para destinação ambiental adequada.

Portanto, o armazenamento deve seguir critérios de segurança e controle visual. Deve-se utilizar containers ou caçambas identificadas e cobertas, localizadas em áreas pavimentadas e sinalizadas, para evitar contaminação do solo e facilitar a coleta por empresas recicladoras.

Como vender sucata de forma legal e rentável

A comercialização de sucata deve seguir exigências legais previstas em normas ambientais e fiscais. Para isso, é importante:

  1. Emitir nota fiscal de venda de material inservível com o NCM adequado (geralmente 7204.21 para sucata de ferro).
  2. Buscar empresas recicladoras certificadas, que ofereçam laudos de destinação final e estejam autorizadas pelos órgãos ambientais.
  3. Manter registros de volume, tipo de material e receita obtida para fins de auditoria e prestação de contas internas.
  4. Avalie periodicamente os preços de mercado, já que empresas negociam a sucata por quilo, e o valor depende do tipo e da pureza do material.

Benefícios para a empresa

Além de proporcionar uma fonte adicional de receita, a gestão eficiente da sucata metálica traz benefícios estratégicos relevantes para a empresa. A empresa identifica esses benefícios ao reduzir o volume de resíduos e os custos relacionados à destinação ambiental. Pelo atendimento à legislação vigente e às normas de sustentabilidade, como a ISO 14001. A melhoria da imagem institucional diante de clientes, órgãos reguladores e certificadoras reforça esses resultados. Por outro lado, essa ação também contribui para a organização do ambiente fabril, diminuindo o risco de acidentes e retrabalho, além de reforçar o compromisso com a economia circular e o uso responsável dos recursos naturais.

Considerações finais

Sucata não é lixo, é oportunidade. Com processos bem definidos, parceria com recicladores confiáveis e controle interno, sua empresa pode transformar resíduos metálicos em receita recorrente e agregar valor à sua operação. Assim, em tempos de foco em eficiência e ESG, a gestão inteligente de sucatas é um passo prático, técnico e ambientalmente responsável para qualquer setor industrial.

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